As aulas de Educação Física contribuem com o
desenvolvimento de diversos aspectos do aluno, dentre eles: físicos,
psicológicos, cognitivos e sócio-afetivos. Assim, os benefícios desta
disciplina vão muito além de atividades corporais. Ela incentiva a prática
regular de atividades físicas, faz com que a criança desenvolva suas
competências, habilidades e capacidades.
O corpo é o ponto de
partida de todas as possibilidades de ação da criança, e é direta a relação
dele com a organização das sensações relativas ao seu próprio corpo e à
informação do mundo exterior. Essa organização implica a percepção e o controle
do próprio corpo, o equilíbrio postural, a lateralidade bem definida, a
independência de diferentes segmentos em relação ao tronco e aos outros membros
bem como o controle da respiração. (VAYER, 1982 apud SOUZA, FIGUEIREDO;
FIGUEIREDO, 2013).
Dessa
forma, objetivou-se desenvolver uma atividade voltada inicialmente ao
conhecimento do próprio corpo e lateralidade. Contudo, surgiu a possibilidade
do desenvolvimento de uma atividade multidisciplinar envolvendo as disciplinas
de Educação Física, Inglês e Artes. Assim, a Educação Física baseou-se nos
aspectos da coordenação motora, enquanto artes ficou responsável pelo
aprendizado das cores e a disciplina de inglês com o ensino dos nomes de
animais e cores.
Le Boulch (1987 apud MOURA, 2014, p. 1)
define a “psicomotricidade como uma ciência que estuda as condutas motoras por
expressão do amadurecimento e desenvolvimento da totalidade psicofísica do
homem”. Assim, procura fazer com que os indivíduos descubram o seu corpo
através de uma relação entre o mundo interno e externo e sua capacidade de
movimento.
“É muito importante a educação
pelo movimento no processo escolar, com o objetivo central de contribuir para o
desenvolvimento motor da criança o qual auxiliará na evolução de sua
personalidade e no seu sucesso escolar”. (LE BOULCH, 1987 apud MOURA, 2014, p.1).
Os autores Souza, Figueiredo e
Figueiredo (2013) apontam que as habilidades motoras estão relacionadas a
experiências vividas, sendo estas melhoradas através dos movimentos motores
complexos e que, com treinamentos diários, melhoram o desempenho esportivo.
A partir do conceito central da
atividade voltado ao aspecto do desenvolvimento motor, foram escolhidas as
turmas do 1º ano matutino e 1º ano vespertino para o desenvolvimento da
respectivo trabalho. A atividade mesmo sendo muito simples, auxilia em outros
pontos determinantes para o desenvolvimento integral da criança.
Por meio de palavras de Brasil (2001
apud KERSCNER; CAUDURO, 2013) as aulas de Educação Física nas primeiras séries
escolares é uma forma de comprovar a importância de elaborar atividades que vão
ao encontro das necessidades motoras das crianças, com objetivo de estimulá-las
através da aplicação de conteúdos específicos à faixa etária.
Segundo Tani (2005 apud SOUZA,
FIGUEIREDO; FIGUEIREDO, 2013) um erro sobre o conceito a respeito da fase de
movimentos fundamentais é acreditar que as habilidades são determinadas
maturacionalmente e ainda, pouco influenciadas pela tarefa e fatores
ambientais. A maturação desempenha um papel básico no desenvolvimento de
padrões de movimento fundamentais, porém, não deve ser considerada como a única
influência. Contudo, as condições do ambiente desempenham papel importante no
grau máximo de desenvolvimento que os padrões de movimento atingem. Para
desenvolver os padrões fundamentais de movimento é necessário praticar cada uma
das habilidades de que deseja aprimorar.
A
atividade desenvolvida pela disciplina de Educação Física foi o desenho do pezinho
e da mãozinha das crianças em uma folha em branco. Ao decorrer da aula,
conforme as folhas eram pintadas com tinta guache, foram ensinados os conceitos
de lateralidade, ou seja, direito e esquerdo.
De
acordo com Negrine (1986 apud MOURA, 2014, p.1):
O
aspecto fundamental no desenvolvimento da lateralidade, é que a criança não
seja forçada a adotar esta ou aquela postura, mas que se criem situações em que
ela possa expressar-se com espontaneidade e, a partir da experiência vivenciada
com o próprio corpo, definir o seu lado dominante sem pressões de qualquer
ordem do meio exterior.
Antes
mesmo de distinguir qual seu lado predominante, a criança primeiramente começa
a conhecer seu próprio corpo, no caso desta atividade, ela passa a observar
seus pezinhos, mãozinhas e dedinhos. Consequentemente, através desta atividade,
desenvolve a percepção do sentir. Sente os objetos, formatos e texturas, bem
como a percepção do olhar e conhecer as cores.
O poder agir, o poder sobre o próprio corpo,
de acordo com Lapierre (1988 apud MOURA, 2014, p.1) e a descoberta deste
"poder agir" associado ao "poder sentir" é o que traz uma
nova dimensão ao prazer do movimento, é o prazer de ação, de vivenciar as
coisas simples e complexas. O qual o prazer de viver o próprio corpo é
experimentar o prazer do movimento em si mesmo.
Contudo,
a finalização dos desenhos foi realizada pela supervisora e pibidianos. Assim,
após os desenhos dos pezinhos, mãozinhas e dedinhos prontos e com a tinta
guache seca, foram agregados os detalhes finais que acabaram por formar animais
de forma lúdica, dentre eles: cachorro, gato, rato, tartaruga e leão.
Depois de concluídos os desenhos, as
atividades foram continuadas pelas disciplinas de artes e inglês. Vale
ressaltar que atividades multidisciplinares são muito interessantes, uma vez
que ocorre o envolvimento entre os profissionais de duas ou mais disciplinas, fazendo
com que as atividades tenham uma ligação que contribui muito no aprendizado das
crianças, pois existe uma continuidade das mesmas.
Finalizando,
para um melhor aprendizado, as aulas devem ser lúdicas, prazerosas, com caráter
exploratório e social, possibilitando o exercício corporal, o ritmo,
lateralidade, noções de direção, espaço-temporal, o esquema corporal entre
outros. Assim, a criança se descobre dentro de suas possibilidades e
limitações, e cabe ao professor motivá-la nesse contexto, intervindo quando
necessário. (KERSCNER; CAUDURO, 2013).
REFERÊNCIAS
KERSCNER, Vanusa; CAUDURO, Maria Teresa. O conhecimento sobre o
corpo nas aulas de Educação Física. Revista EFDeportes, Buenos Aires, nº 180, 2013.
MOURA, Romulo Gabriel Caccavo. A lateralidade como ferramenta essencial do desenvolvimento infantil nos
primeiros anos do ensino fundamental. Revista EFDeportes, Buenos Aires,
nº 197, 2014.
SOUZA, Luis Paulo Teixeira de; FIGUEIREDO, Bianca Martins de;
FIGUEIREDO, Alan Peloso. A relação entre desenvolvimento motor, lateralidade e
iniciação esportiva. Revista EFDeportes, Buenos Aires, nº 184, 2013.
Escrito e constrúido por:
Escrito e constrúido por:
Universidade do Oeste de Santa Catarina- UNOESC
Curso
– Educação Física / Licenciatura
Escola
Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Attílio Luiz Calza
Professora
Supervisora: Dalvana Gallina
Coordenadora
do Subprojeto: Andréa Jaqueline Prates Ribeiro
Pibidiana:
Karin Tamires da Rosa
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