Vivências no futebol - SUBPROJETO DE EDUCAÇÃO FÍSICA (São Miguel do Oeste):

Dentre todos os conteúdos que podem ser trabalhados nas aulas de Educação Física, neste semestre a professora de Educação Física, da E.M.E.I.E.F Juscelino K. de Oliveira abordou como tema das aulas o futebol. Que afinal, é um esporte muito polêmico, mas que as pessoas e principalmente as crianças o vêem apenas como um jogo sério e esqueceram de sua diversão.
“Tenho até hoje tanto a triste recordação daqueles momentos quanto dos diversos treinadores que tive e que mais pareciam militares cobrando obediência sem justificativas, submetendo-me a esforços físicos desmedidos e afastando-me da prática esportiva, da ludicidade e da busca da satisfação, típicas na infância”. (Lopes e Silva, Método integrado de ensino no futebol, p.15, 2009). Com a fala de Lopes e silva, percebe-se que a busca precoce pela profissionalização do futebol, já nos acompanha a bastante tempo. Fazendo assim, com que as nossas crianças tratem o futebol apenas como algo sério, esquecendo do quanto ele pode ser divertido.  Com base neste trecho, pode-se perceber que em uma época não muito distante da que vivemos hoje o futebol já vinha sendo tratado como algo sério dentro da escola.
Partindo deste princípio e com a contribuição de um artigo na revista nova escola sobre o assunto, é que se pensou em desenvolver este tema com os educandos dos 5º anos dos anos iniciais. A discussão do conteúdo iniciou-se em sala de aula, levando para os alunos a história do futebol, os aspectos lúdicos do jogo, o objetivo do esporte na escola, a espetacularização e profissionalização do mesmo, objetivando promover nos educandos a compreensão sobre as diferenças do futebol, quando ele pode ser sério e quando pode ser divertido, fazendo com que os mesmos compreendam a diferença e possam desfrutar melhor este esporte.
 Os seguintes questionamentos foram feitos aos educandos:
- Eles consideram o futebol um esporte ou apenas divertimento?
- Há diferenças do futebol que joga na escola e aquele que os craques disputam os grandes campeonatos?
- Quais as diferenças em um tipo e o outro?
A partir do questionário feito em sala de aula, foram identificados aspectos ligados à profissionalização do futebol e o que vem por trás de tudo isso, como a gestão, a vivência internacional havendo um conhecimento melhor das diferentes formas de trabalho com o esporte e mostrar para as crianças que essas são as especialidades do chamado futebol profissional que movimenta milhões e emprega pessoas de várias competências. Também foi identificado quais valores pode-se desenvolver nas aulas de educação física, quando o assunto é futebol, tendo como principais objetivos o aprendizado e a diversão.
Então, o filme Boleiros foi assistido pela turma, ele relata diversas histórias, dentre elas a de um menino pobre que ganha a oportunidade de treinar em uma escolinha. O filme também retrata varias situações decorrentes do futebol, como: o que acontece com o atleta após a fama, honestidade, família e fé!
O jogo de futebol é apenas uma das várias estratégias de trabalhar esse esporte. Silva [2008] fala que o futsal praticado por alunos nas escolas deve ter um objetivo completamente diferente do que é executado para o rendimento. Por isso, para as aulas de educação física o lúdico deve estar presente na maioria, se não em todas as aulas. Concomitante com os aspetos teóricos abordados em sala, em quadra foram abordados jogos pré desportivos como o carangueijobol , gol móvel, futebol em duplas, enfatizando assim o lúdico, o divertido.

Tendo em vista do planejamento da professora até aqui e com o objetivo de contribuir ainda mais para o aprendizado destes educandos, houve a intervenção da bolsista Taylaine Bencke do PIBID, sub projeto de Educação Física. Esta proporcionou aos educandos a vivência do futebol cego.
Esse jogo é praticado por deficientes visuais. As regras são as mesmas do futsal tradicional, apenas com adaptações na quadra, sendo elas, banda lateral que é um conjunto de compensados de madeira de um metro e meio de altura que percorre toda a lateral da quadra. Dessa maneira, a bola só sai de jogo na linha de fundo e também a bola, que possuí guizo, ou seja, que faz um barulho para que eles consigam ouvir e se situar. Existe sempre alguém que ajuda nas instruções fora da quadra e o goleiro é o único jogador em quadra que pode ver.
A aula aconteceu de uma forma divertida! O futebol cego ainda era desconhecido pelas as turmas e se tornou uma grande descoberta.
Para que se adaptassem com os óculos, a primeira brincadeira a ser desenvolvida foi a do robô e o guia, ela consiste em fazer com que o colega encoste no outro e essa parte do corpo tenha um comando proposto pelo professor, por exemplo no braço direito tinha que caminhar para o lado direito, se tocasse no lado esquerdo tinha que andar para o lado esquerdo e assim por diante.
A segunda brincadeira proposta,foi o jogo em duplas sem goleiro. Um da dupla era o guia e o outro estava vendado. O jogo aconteceu com algumas dificuldades, já que eles precisavam manter o silêncio e prestar atenção no colega que estava guiando e conseguir ouvir a bola e ir até ela. A terceira brincadeira proposta, foi o futebol cego propriamente dito, com cinco jogadores com quadra, apenas os goleiros vendo e os quatro jogadores de cada lado vendados.
Após acabar intervenção, foi feita uma reflexão sobre o que as crianças acharam da aula. Muitos relataram como divertida, que foi difícil, mas que gostaram e queriam fazer de novo. Então foi solicitado que eles escrevessem em seus cadernos depoimentos sobre como foi a experiência, sobre o que sentiram.
         Trazemos alguns relatos sobre a proposta desta intervenção:
“Assim, a gente tem um pouco de noção, como uma pessoa cega se sente não vendo o que está fazendo.” V. 5º ano
“Na minha opinião, o futebol cego é muito legal, pois tem que ter muita atenção e também audição boa.” A. 5º ano
“Foi difícil mas ao mesmo tempo legal. Era difícil porque não dava para ver nada e legal porque a gente deu muita risada.” A. 5º ano
“Eu senti na brincadeira alegria, diversão, emoção de brincar e felicidade.” S. 5º ano
Após tudo o que a professora trabalhou e com a intervenção da Pibid, pode-se perceber que eles veem o jogo de futebol como sério, mas também conseguiram perceber que ele é diversão, onde em momentos como na escola, por exemplo, ele é trabalhado com mais ludicidade, assim as crianças jogam e se divertem também. Já no futebol cego deu para perceber que eles se divertiram e conseqüentemente os educadores também, pois os mesmos se divertiam ao ver os educandos envolvidos com as atividades, situando-se na quadra e como  faziam para conseguir chegar até a bola com a ajuda dos amigos que estavam do lado de fora da quadra . Alguns levantavam a venda para ver onde estavam, outros iam esbarrando uns nos outros e aí se davam conta de escutar os ajudantes fora da quadra.
A partir de tudo o que foi estudado, eles conseguiram compreender o quanto o futebol pode ser sério ou divertido. E sendo assim, tivemos  o objetivo alcançado, fazendo  com que os alunos compreendessem e entendessem a diferença desses termos e de como colocá-los em prática na hora certa, para que consigam desfrutar melhor do futebol.

Escrito por:
COORDENADORA SUBPROJETO :ANDRÉA JAQUELINE PRATES RIBEIRO 
SUPERVISORA DE EDUCAÇAO FISICA: SIRLEI MARTINS FERRASSO
BOLSISTA: TAYLAINE BENKE
PROFESSORA COLABORADORA: SIRLEI MARTINS FERRASSO




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